M:. QQ:. II:.
Cumpre-me o doloroso dever de informar que o corpo da nossa M:. Q:. I:. Manuela Margarido estará no G:.O:.L:. (Rua do Grémio Lusitano nº 25) a partir das 14 horas, do dia 12 (2ª feira).
Está prevista uma Cadeia de União por volta das 20h (não é preciso o vestido nem o avental), na 2ª feira.
O funeral será na 3ª feira- hora e cemitério ainda a determinar.
Choremos
Choremos, Choremos
Choremos, Choremos,Choremos
....mas tenhamos Esperança
Morreu ontem em Lisboa, onde se encontrava hospitalizada, a poetisa santomense Maria Manuela Margarido. Contava 83 anos. Com Alda Espírito Santo, Caetano da Costa Alegre, Francisco José Tenreiro, Margarido fica como um dos esteios em que se fundamenta a literatura contemporânea de S. Tomé e Príncipe. Nascida em 1925, desde cedo abraçou a causa da independência e do combate anti-colonialista que a partir dos anos 50 se afirmou em África: em 1953, levanta a voz contra o massacre de Batepá, perpetrado pela repressão colonial portuguesa. A sua poética, se canta o esplendor da sua ilha, é também denúncia da miséria vivida pelo povo das roças do café e do cacau. A sua obra (como a de outros autores de S. Tomé e Príncipe) começou a ser conhecida graças aos esforços de grandes divulgadores, casos de Mário Pinto de Andrade e de Alfredo Margarido, figurando nas poucas antologias publicadas sobre a poesia deste país de expressão oficial portuguesa. Tendo ido viver para Lisboa, Manuela Margarido, empenhou-se por sua vez na divulgação da cultura santomense (em textos que foram aparecendo na imprensa portuguesa – é exemplo “Costa Alegre a Francisco José Tenreiro : um percurso poético santomense”, na revista “Estudos ultramarinos: literatura e arte”, de 1959). Integrou o Conselho Consultivo da revista Atalaia (do CICTSUL).