segunda-feira, junho 20, 2005
Maçonaria
Museu reabre
O Museu Maçónico Português reabre as portas na próxima terça-feira, após uma remodelação de cinco meses. A cerimónia de reabertura decorre a partir das 16 horas e vai contar com a presença do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
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quarta-feira, junho 08, 2005
Jornal O Diabo excertos da entrevista.
Ruth Garcez, ex-Desembargadora da Relação, a «O DIABO»
«A Maçonaria e o Opus Dei dominam o poder judicial»
A «revolução» no sistema judicial deve começar pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM) que na opinião da primeira juíza portuguesa está dominado por «perniciosas influências políticas». Ruth Garcez diz ainda que a Maçonaria e o Opus Dei condicionam a maior parte da classe dos juízes e determinam os nomes dos que são promovidos na carreira. A ex-desembargadora da Relação jubilada o ano passado desafia ainda que na Justiça em Portugal se «pegue o touro pelos cornos», em detrimento da «cernelha»
O DIABO - Por que motivo lhe chamam a «justiceira»?
RUTH GARCEZ - Talvez pela minha frontalidade e por eu ter sempre tentado pugnar pela melhor Justiça possível. Principalmente em matéria criminal, o que é justo aqui pode não o ser noutro lado. Dou um exemplo: a população da Nazaré tem um comportamento distinto das gentes de Porto de Mós e, no entanto, as leis são as mesmas. Há que terem conta a personalidade do indivíduo, até porque não há duas pessoas iguais. Fala-se muito em direitos do Homem, mas acho que o sistema judicial só se preocupa em defender os direitos dos prevaricadores.
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Os magistrados estão reféns de disposições legais viciadas?
As leis são feitas pelo poder político, ou seja pela Assembleia da República e pelo Governo. O juiz só a elas deve obediência. Nesta perspectiva, para conseguir ser justo com tais disposições legais, terá de interpretá-las através de um difícil jogo de cintura. E nem todos os magistrados têm dentro de si um tão arreigado sentido de Justiça. O principio do «Dura Lex Sed Lex» só terá sentido se a lei for justa. O juiz, sem esquecer a obediência à lei, tem que encontrar uma interpretação que se encaixe ao serviço da Justiça e foi sempre esta lógica que procurei manter enquanto judiquei.
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Que forças dominam o poder judicial?
A Maçonaria e o Opus Dei. Não me incomodava que estas forças dominassem no sentido de credibilizar a Justiça, mas por aquilo que se vê o sistema judicial está cada vez mais descredibilizado. Constato que os juízes com mérito e que se alheiam desta complexa teia de interesses, estão a ficar completamente desencantados com aquilo que os rodeia e optam por jubilar-se. Quem perde é a Justiça que está enredada em realidades particularmente obscuras.
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Essas entidades de que fala condicionam as decisões dos juízes?
A Maçonaria e o Opus Dei dominam os poderes todos e não apenas o judicial. Estas influências viciam e tornam mais permeável a Justiça e favorecem os interesses destas organizações e dos seus apaniguados. Quando são as graduações para o Supremo a maioria dos juízes-desembargadores são preteridos porque não estão metidos nos esquemas.
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Sentiu na pele não pertencer a esses grupos?
Quem não aderia sofria processos intimidatórios. Eu cheguei inclusivé a interpor uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem a propósito da minha graduação. Para os juízes ascenderem ao Supremo não há qualquer critério. Aquilo é «sopa da pedra». Eu estou casada com a Justiça e não com o Direito, porque esse é muito torto e tive de jubilar-me porque atingi o limite de idade. Pensei, depois dessa fase, em dar apoio aos colegas atafulhados em trabalho, mas perante o cenário, achei que não valia a pena.
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Diário de Noticias
Ex-deputado do PS ganha maçonaria
António Reis deverá suceder a António Arnault na liderança do Grande Oriente
O antigo deputado e dirigente socialista António Reis é o mais que provável vencedor das eleições para grão-mestre (líder) do Grande Oriente Lusitano (GOL) sucedendo no cargo a António Arnault.
De acordo com o que o DN ontem apurou, quando faltavam escrutinar menos de 10 por cento dos votos, António Reis recolhia entre 52 a 55 por cento dos apoios, o que deverá ser suficiente para evitar uma segunda volta. A importância dos boletins ainda por apurar prende-se precisamente com a necessidade do vencedor obter mais de 50 por cento dos votos expressos na primeira volta, para poder ser imediatamente eleito. Caso exista ainda uma segunda volta, será realizada dentro de duas semanas. Confirmando-se a eleição imediata de António Reis, tomará posse a 24 de Setembro.
António Reis faz parte do GOL apenas desde 1998 e só é mestre desde há cinco anos (ao contrário dos outros candidatos a grão-mestre), situação que gerou alguma polémica durante a campanha eleitoral interna, com acusações de "falta de experiência para o cargo".
De acordo com os últimos dados, foram até ao momento apurados mais de 560 votos. António Reis, da loja Estrela d'Alva, está à frente, encontrando-se em segundo lugar o candidato Carlos Morais Santos (loja Obreiros do Trabalho), com 24 por cento dos votos, seguido de Luís Conceição (loja Convergência), com quase a mesma percentagem. Entre as lojas maçónicas com votos por contabilizar contava-se ainda a Loja de Macau.
O Grande Oriente Lusitano é mais antiga obediência maçónica em Portugal, com duzentos anos de história, para além de se tratar da mais representativa dos maçons portugueses, congregando diversas lojas. António Arnault, que decidiu não se recandidatar, foi o grão-mestre do GOL nos últimos três anos.
António Reis, historiador e exdeputado do PS, de 57 anos, é considerado um seguidor da linha socialista dentro da Maçonaria (da mesma forma que Conceição é tido como um ritualista e Morais Santos como o candidato apologista de uma maior abertura da maçonaria).
Reis foi deputado à Assembleia Constituinte e nas I, II, III, VII e VIII legislaturas, sempre eleito nas listas do Partido Socialista, tendo chegado a ser presidente da Comissão Parlamentar de Ética. Licenciado em Filosofia, António Reis é professor assistente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi ainda secretário de Estado da Cultura em 1978, membro do Conselho de Imprensa, entre 1980 e 1982, membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social entre 1990 e 1994, tendo ainda uma vasta obra publicada.
HISTÓRIA
Grande Oriente Lusitano
Sociedade iniciática dos pedreiros-livres, a maçonaria está instalada em Portugal deste o século XVIII. Actualmente haverá no nosso País cerca de 2700 maçons, 1100 dos quais pertencentes ao GOL, o Grande Oriente Lusitano, a obediência mais antiga em Portugal. Em 1738 a Igreja Católica considerou a maçonaria uma "heresia perversa". Em Portugal, em 1817, o grão-mestre do Grande Oriente general Gomes Freire de Andrade foi enforcado sob acusação de conjura liberal. É dentro de uma loja maçónica portuense que nasce a Constituição liberal de 1820. Com o Estado Novo, a maçonaria foi novamente reprimida e só após o 25 de Abril foi reabilitada. Nos últimos vinte anos, registaram-se várias cisões, com o aparecimento da Grande Loja Regular de Portugal. A divisão entre regulares e irregulares prende-se com a obrigatoriedade de crença num ser supremo e o juramento maçónico sobre a Bíblia.
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segunda-feira, junho 06, 2005
A ELEIÇÃO
António Reis é o novo Grão-Mestre do GOL
António Reis, membro da Comissão Nacional do Partido Socialista, ex-deputado e ex-secretário de Estado da Cultura, foi ontem eleito Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL). Conseguiu 55 por cento dos votos, afastando assim a necessidade de uma segunda volta contra um dos outros concorrentes, Luís Vaz e Carlos Morais Santos. O socialista entrara para o GOL em 1998, o que à altura da sua candidatura era visto como uma fraqueza por não ter a experiência necessária para o exercício de um cargo daquela importância.
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