quinta-feira, maio 05, 2005
Deveras interessante este artigo que saiu no Expresso e no Jornal Independente e que passo a publicar.
Semanário EXPRESSO [ online ] 08-04-2005
Associação Republica e Laicidade apela à ministra da Educação Crucifixos nas escolas violam a lei Por considerar que a sua presença representa uma violação da Lei da Liberdade Religiosa, a Associação Cívica República e Laicidade pede que sejam retirados todos os crucifixos expostos nas escolas portuguesas. Em carta dirigida à actual ministra da Educação, esta associação - cujos objectivos se centram na «promoção e defesa dos ideais republicanos e do princípio da laicidade na organização dos Estados» - justifica o pedido com o descontentamento de pais e professores perante o que consideram «actos de imposição abusiva e ilegal de propaganda religiosa aos alunos do ensino público». Além da retirada dos crucifixos, a associação condena a realização de rituais religiosos nas escolas, apelando a Maria de Lurdes Rodrigues para a rápida reposição da legalidade.
OINDEPENDENTE Sexta 1 de Abril de 2005
Cruzes, canhoto A Associação República e Laicidade denuncia a persistência de símbolos e rituais católicos nas escolas públicas portuguesas e pede à nova ministra que “reponha a legalidade”
Apesar de Portugal ser um Estado laico, um elevado número de escolas públicas portuguesas mantém, nas salas de aula, crucifixos e outros símbolos religiosos, praticando-se mesmo vários rituais católicos nas instalações escolares. Situações que a Associação República e Laicidade (ARL) classifica como “intromissões abusivas da Igreja Católica nas escolas públicas portuguesas”, numa carta de denúncia enviada à ministra da Educação na qual se pede a “resolução do problema e reposição da legalidade”. Garantindo que tem recebido inúmeros contactos de professores e pais de alunos, a associação decidiu apelar directamente a Maria de Lurdes Rodrigues, enviando à tutela um dossiê onde se fundamenta a reclamação e se pede a intervenção do ministério. Como a ARL faz questão de realçar na carta enviada à ministra, a Constituição da República Portuguesa estabelece que “as igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado”, especificando que “o ensino público não será confessional”.Mais, a lei acrescenta que o Estado não pode orientar a educação segundo qualquer tipo de directrizes – “filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas” –, instituindo assim, para além de qualquer dúvida, a neutralidade confessional da escola pública.
Além disso, a Lei da Liberdade Religiosa estabelece que não só o Estado não tem confissão nem se pronuncia sobre questões religiosas confessionalidade das escolas públicas, são inúmeros os estabelecimentos de ensino oficiais que continuam a ostentar crucifixos sobre o quadro nas salas de aula. Assim como são muitas as que ainda celebram missas no espaço da escola em horário escolar e envolvendo alunos. O que, segundo a ARL, constitui uma “imposição abusiva e ilegal de propaganda religiosa aos alunos do ensino público”, violando os seus direitos – cujo cumprimento deve ser garantido pelo Estado. E se bem que um número significativo de pais e professores sejam contra estas manifestações religiosas, “na generalidade dos casos reportados os encarregados de educação envolvidos coíbem-se de tentar alterar as situações em causa, temendo ver os seus filhos constrangidos perante os colegas e o meio escolar em geral. E, pelas mesmas razões, os professores que deploram estas situações também se inibem de agir”, explica Luís Manuel Mateus, presidente da associação. Considerando que a população escolar portuguesa é hoje muito diversificada e porque os símbolos e rituais de uma religião não devem ser utilizados “na escola de todos”, a ARL pede à ministra da Educação que esclareça as escolas sobre “a ilegalidade de tal situação” e lhe ponha cobro de imediato.
[ Colocado por
Aprendiz Maçon @ 10:28 da manhã ]
[ Comentários: ]
|